Segundo orientações do Ministério do Turismo para elaboração de roteiros turísticos, o processo de roteirização turística de uma região possui caráter norteador que subsidia o fortalecimento das ações locais, presentes e futuras, podendo contribuir para o aumento do fluxo de turistas a um determinado destino, assim como para ampliar seu tempo de permanência e os gastos que realizam durante suas viagens.
Assim, entendemos por roteiro turístico, como sendo “um itinerário caracterizado por um ou mais elementos que lhe conferem identidade, definido e estruturado para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização turística das localidades que formam o roteiro” (Ministério do Turismo, Programa de Regionalização do Turismo, 2007).
Com vistas à uniformização e difusão da linguagem técnica, relacionam-se abaixo alguns conceitos utilizados.
 
TERMOLOGIA
CONCEITO
Atrativo turístico
Local, objeto, equipamento, pessoa, fenômeno, evento ou manifestação capaz de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-lo.
Serviços e equipamentos turísticos
Conjunto de serviços, edificações e instalações indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística. Compreendem os serviços e os equipamentos de hospedagem, alimentação, agenciamento, transporte, eventos, lazer, etc.
Infraestrutura de apoio ao turismo
Conjunto de serviços, edificações e instalações indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística. Compreendem os serviços e os equipamentos de hospedagem, alimentação, agenciamento, transporte, eventos, lazer, etc.
Produto turístico
Conjunto de atrativos, equipamentos e serviços turísticos acrescidos de facilidades, ofertados de forma organizada por um determinado preço.
Região turística
Espaço geográfico que apresenta características e potencialidades similares e complementares, capazes de serem articuladas e que definem um território.
Destino turístico
Local, cidade, região ou país para onde se movimentam os fluxos turísticos.
Destino indutor
Local que possui infraestrutura básica, turística e atrativos qualificados, capazes de atrair e distribuir significativo número de turistas para seu entorno, dinamizando a economia do território em que está inserido.

Fonte: Ministério do Turismo, 2008



Compreendemos aqui que um atrativo turístico seja simplesmente o valor potencial de um dado local, objeto, equipamento, pessoa, fenômeno, evento ou manifestação, seja ele natural ou cultural, que, através de uma interpretação e combinação de outros valores, serviços e infraestrutura, poderá se transformar em um produto turístico.
Produto Turístico = Atrativos + Infraestrutura + Gestão Local + Preço
Esse, por sua vez, é a soma de componentes materiais e imateriais que são percebidos pelos visitantes, a um determinado valor, como um conjunto de atrativos, serviços e infraestrutura do destino turístico.

Assim, compreendendo a importância de produzirmos produtos ecoturísticos sustentáveis, veremos nesse capítulo indicações adaptadas a partir do Manual Técnico de Desenvolvimento de Roteiros Turísticos apresentado pela Creato, e indicações metodológicas para planificação interpretativa em trilhas e rotas ecoturísticas através da identificação de pontos interpretativos estabelecendo uma temática ambiental ao produto turístico.

Ecoturismo e Tipologias Afins


Para efeito do planejamento e organização dos atrativos e produtos turísticos capazes de motivar o deslocamento de pessoas a fim de conhecê-los, não significa que os mesmos só possam contemplar atividades relacionadas a um segmento de oferta ou de demanda.

Isso por que, entre diversas interpretações e definições para o ecoturismo, a conceituação estabelecida pela Política Nacional de Ecoturismo esclarece tratar-se de “um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentivando sua conservação e buscando a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente”.

Este conceito compreende o Ecoturismo como atividades práticas capazes de promover a reflexão e a integração homem e ambiente, em uma inter-relação vivencial com o ecossistema, com os costumes e a história local, visando o envolvimento do turista nas questões relacionadas à conservação dos recursos que se constituem patrimônio, caracterizando-se pelo contato com ambientes naturais, pela realização de atividades que possam proporcionar o conhecimento da natureza pela proteção das áreas onde ocorre (Ministério do Turismo, 2008).

Estabelecendo-se sobre o tripé: interpretação, conservação e sustentabilidade, o ecoturismo pode ser entendido como toda e qualquer atividade turística baseada na relação sustentável com a natureza, comprometida com a conservação e a educação ambiental.

Assim, existem diferentes níveis e formas de relação dos segmentos turísticos, sejam eles ligados às atividades oferecidas ou ao local onde se realiza.

O Ecoturismo se diversifica numa gama de atividades (de aventura, culturais, técnico-científicas, rurais, pedagógicas e outras) que, embora possam caracterizar outros tipos de turismo, podem também ser ofertadas em produtos e roteiros desse segmento, desde que cumpram as premissas, os comportamentos e as atitudes estabelecidas para o ecoturismo. (ICE, 2011)


 
Por isso, as atividades de ecoturismo podem ocorrer no contexto de outros segmentos, agregando-lhes atratividade e valor adicional ao produto. Esclarecendo melhor as tipologias afins do ecoturismo, devemos tomar como orientação inicial as características essenciais do ecoturismo, fundamentadas nas atividades de observação e contemplação da natureza, citadas anteriomente. Considerando o conceito central do ecoturismo e suas características fundamentais, e com a função principal de agregar valor aos produtos e diversificar a oferta, apresentando ao consumidor oportunidades de experiências diferenciadas, um produto ecoturístico pode reputa-se a outros tipos de turismos que possam ser ofertados ao mercado, com qualidade, segurança e respeito ao ambiente e às comunidades, desde que sejam mantidas as características do segmento principal, imprimindo identidade ao produto comercializado.

Com vistas na interpretação dos produtos, roteiros produzidos e indicações potenciais utilizados pelos estudos de formatação de roteiros de PEIC Mata Atlântica[1], relacionam abaixo as tipologias afins e seus respectivos conceitos e atividades, identificadas nos estudos do referido trabalho.

 TIPOLOGIA
CONCEITO
ATIVIDADES



AVENTURA
Movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo.
Caminhadas (de curta e longa distancia), Montanhismo
Cicloturismo, Rapel, Escalada
Canionismo, Cachoeirismo
Fora-de-estrada, Boia-cross
Canoagem, Mergulho, Rafting,
Parapente.



CULTURAL
Compreende as ativida­dês turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos even­tos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.
Visitas aos sítios históricos, sítios arqueológicos, manifestações populares, comunidades tradicionais.




ESTUDOS E INTERCAMBIO
Constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendiza­gem e vivências para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de desen­volvimento pessoal e profissional.
Visitas técnicas nas Unidades de Conservação, Fazendas experimentais e Projetos técnico-científicos.



RURAL
Conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecu­ária, agregando valor a produtos e servi­ços, resgatando e promovendo o patrimô­nio cultural e natural da comunidade.
Agroturismo, Gastronomia típica, Artesanato, Agroecologia.

Fonte: ICE, 2011

A associação entre as atividades de ecoturismo e turismo de aventura já são amplamente aceitas pelo mercado turístico nacional, desde que sejam respeitados os princípios estabelecidos pelo o ecoturismo.

No âmbito do turismo cultural, destacam-se ainda os deslocamentos para fins religiosos, místicos e esotéricos, e de visitação a determinados grupos étnicos e atrativos cívicos,  podendo constituir outros segmentos (subtipos) para fins específicos: turismo cívico, turismo religioso, turismo místico e esotérico, turismo étnico, turismo gastronômico, entre outros.

O que constitui essencialmente as atividades concentradas sobre a ótica conceitual do turismo de estudos e intercâmbio, são as visitas técnicas de cunho educacional direcionado às áreas legalmente protegidas, aos sítios históricos, às comunidades tradicionais e aos projetos científicos regulamentados, onde se adota também a sub-tipologia de turismo pedagógico, direcionado a grupos de estudantes do ensino médio e fundamental (maiores de 12 anos), ensino superior e pós-graduação. (ICE, 2011)

Considerado uma derivação do turismo rural, o termo agroturismo é amplamente adotado no Espírito Santo, compreendendo as atividades turísticas internas à propriedade, que geram ocupações complementares às atividades agrícolas, as quais continuam a fazer parte do cotidiano da propriedade, em menor ou maior intensidade.

Os estudos do PEIC Mata Atlântica definiram os seguimentos de mercado apresentados em cada região turística dos Corredores Ecológicos do Espírito Santo, fundamentada em qual demanda turística cada região ou zona turística pretende atender, servindo como subsídio para ações futuras direcionadas aos esforços de promoção e comercialização. (ICE, 2011)


[1] Plano de Estruturação e Implementação do Ecoturismo no CCMA/ES (Corredor Central da Mata Atlântica do Estado do Espírito Santo), executado pelo ICE - Instituto Capixaba de Ecoturismo, durante os anos de 2009. 2010 e 2011. Este trabalho identificou e avaliou milhares de atrativos ecoturísticos potenciais que resultou na elaboração de uma serie de roteiros ecoturísticos, utilizando as tipologias associadas, concebidos através de bases teóricas da OMT (Organização Mundial do Turismo), os marcos conceituais do Ministério do Turismo e orientações e estudos complementares indicados por órgãos e entidades reguladoras do setor turístico nacional. Mais informações: http://www.peicmataatlantica.blogspot.com.

Atividades Ecoturisticas


As Orientaões Basicas do Ecoturismo brasileiro orienta as atividades praticadas pelo segmento como  complementaridade das atividades tradicionalmente ditas turísticas (hospedagem, transporte, alimentação, recreação, entretenimento, operação, agenciamento, recepção, guiamento, condução e outras) e das práticas que as geram, ou seja, as atividades de experienciação da natureza e que dão consistência ao segmento, tidas como tipicamente ecoturísticas. Ao serem contempladas no âmbito desse segmento, quaisquer dessas atividades devem considerar:
  • Aspectos construtivos das instalações em relação ao porte, ao estilo arquitetônico e aos materiais utilizados, técnicas e procedimentos adotados.
  • Meios e vias de transporte de baixa potencialidade de degradação e poluição e adequados ao ambiente.
  • Serviços e produtos harmonizados aos princípios da qualidade, da sustentabilidade e da cultura local.
As atividades tipicamente ecoturísticas devem ocorrer estrita e necessariamente seguindo premissas conservacionistas. Podem realizar-se concomitantemente ou em conjunto com outras, de formas e por meios diversos, e devem ser estruturadas e ofertadas de acordo com normas e certificações de qualidade e de segurança de padrões reconhecidos internacionalmente. De modo geral, as atividades ecoturísticas buscam atender às motivações específicas por meio de atividades passíveis de serem praticadas com outras finalidades, configurando outros segmentos. Porém, o que caracteriza o segmento são as atividades resumidas em observação e contemplação da natureza que podem ocorrer de diversas formas e meios.

ATIVIDADES PRINCIPAIS
MEIO
FORMA



OBSERVAÇÃO
Fauna
·     Aves, mamíferos, cetáceos, insetos, répteis e anfíbios, peixes.
Flora
·     Exuberância paisagística, plantas medicinais, ornamentais e utilitárias.
Formações Geológicas
·     Área de ímpar diversidade geológica que oferece locais estratégicos para discussão da origem dos ambientes, sua idade, entre outros fatores.



CONTEMPLAÇÃO
Caminhadas
·     Percursos a pé para fins de contemplação com possibilidade de interpretação.
Mergulho
·     Submersão em ambientes aquáticos de alto valor ecológico.
Safáris Fotográficos
·     Fotografar paisagens singulares ou animais, feitos a pé ou outro meio de transporte.
Trilhas Interpretativas
·     Conjunto de vias e percursos com função educativa e vivencial.

Fonte: Ministério do Turismo, 2008

a) Observação – exame minucioso de aspectos e características da fauna, flora, formações rochosas e outros, que exigem técnicas de interpretação ambiental, guias e condutores especializados, equipamentos e vestuário adequados.
b) Contemplação – apreciação de flora, de fauna, de paisagens e de espetáculos naturais extraordinários como as Cataratas do Iguaçu, os Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba, a Floresta Amazônica, entre outros. As atividades relacionadas são:
 
Existe uma diversificada e significativa gama de outras atividades que, embora possam caracterizar outros tipos de turismo, podem também ser ofertadas em produtos e roteiros desse segmento: atividades de aventura, de pesca, náuticas, esportivas, culturais e várias outras, desde que cumpram as premissas, comportamentos e atitudes estabelecidas para o Ecoturismo.

Atrativos Ecoturisticos

Atrativo turístico pode ser entendido como sendo “todo lugar, objeto ou acontecimento de interesse turístico que motiva o deslocamento de grupos humanos para conhecê-los” (Ministerio do Turismo).

Em outras palavras um atrativo turisto ou o conjunto destes atrativos podem ser considerados potencial turístico local.


 
Para uma melhor sistematização e análise, observamos abaixo uma relacao de atrativos que podem ser associados ao interesse ecoturistico.

1.Naturais
São os elementos do espaço geográfico que constituem a paisagem. Incluem:

a) Relevo montanhoso: constituído por elevações que podem chegar ao limite de 8.000 m de altitude. Compreende vários subtipos:

 Picos/cumes
 Serras
 Montes/morros/colinas

b) Planaltos e planícies: planaltos são regiões mais elevadas, delimitadas por escarpas íngremes; planícies são áreas extensas e planas, podendo ser costeiras (como no litoral brasileiro) ou continental (planície amazônica ou do pantanal). Também podem envolver:

 Chapadas/tabuleiros
 Patamares
 Matacões/pedras
 Vales
 Rochedos

c) Litoral ou costa: consiste no domínio geomorfológico situado entre o mar e o continente. Inclui as seguintes formações:

 Praias
 Restingas
 Mangues
 Baías/enseadas
 Sacos
 Cabos e pontas
 Falésias/barreiras
 Dunas

d) Terras insulares: correspondem aos territórios formados por ilhas.

 Ilhas
 Arquipélagos
 Recifes/atóis

e) Hidrografia: é o conjunto das águas correntes ou estáveis de uma região. Compreende:

 Rios
 Lagos/lagoas/represas
 Praias fluviais/deltas

f) Pântanos: são regiões inundadas por águas estagnadas.

g) Quedas d’água: as cachoeiras são quedas verticais ou muito íngremes de água no curso de um rio; as cataratas são grandes quedas d’água sobre um precipício; e saltos e cascatas são quedas menores.

h) Fontes hidrominerais ou hidrotermais: são águas ricas em sais, caracterizadas por suas propriedades terapêuticas ou de revigoramento, podendo ser ferruginosas, magnesianas, sulfurosas e radioativas. São termais as que apresentam a temperatura mais quente que a do ambiente.

i) Parques: são áreas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente. Destinam-se a fins científicos, culturais, educativos e recreativos.

j) Reservas de fauna e flora: são áreas delimitadas, nas quais existem condições primitivas naturais da fauna e da flora, destinadas à realização de pesquisas básicas aplicadas à ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista.

k) Grutas/cavernas: são cavidades de formas variadas que podem constituir, muitas vezes, verdadeiros salões ou galerias.

l) Áreas de caça e pesca: são áreas destinadas à permissão temporária de caça e pesca, determinadas por medidas legais para as diferentes regiões do país.

2 Histórico-culturais
São manifestações sustentadas por elementos materiais que se apresentam sob a forma de bens móveis ou imóveis. Para os bens imóveis são considerados apenas aqueles ditos fixos, ou seja, aqueles pertencentes ou não a coleções ou acervos, que estejam em exposições permanentes no mesmo local.

a) Monumentos: são todas as obras – bens móveis e imóveis – produzidas pelo homem ao longo de sua história, consideradas testemunhos culturais, e que permitam a visitação pública e/ou sejam elementos componentes da paisagem e do ambiente interno dos roteiros turísticos.

 Arquitetura civil: edificações públicas ou privadas, urbanas ou rurais, com função de residência, ou para ensino e pesquisa, serviço e comércio. Exemplos: paços municipais, casas de câmara e cadeia, casas de alfândega, solares, mansões, palacetes, casas paroquiais, chafarizes, fontes, asilos, etc.

 Arquitetura religiosa/funerária: são edificações construídas para abrigar funções de cultos, atividades assistenciais de proteção, amparo, arrimo, serviço médico e outros, e de homenagens fúnebres, como por exemplo oratórios, capelas, abadias, igrejas, conventos, mosteiros, mesquitas, sinagogas, mausoléus, cemitérios, etc.

 Arquitetura industrial/agrícola: são edificações especialmente construídas para abrigar atividades industriais e/ou agrícolas, como por exemplo engenhos, moinhos, usinas, alambiques, fábricas, etc.

 Arquitetura militar: são edificações construídas para suprir as funções de defesa e proteção do território nacional.
Exemplos: fortes, fortalezas, quartéis.

 Ruínas: são remanescentes de antigas obras (de arquitetura ou escultura), recuperáveis ou não, com interesse para visitação pública.

 Esculturas: obras de arte representadas pela matéria-prima trabalhada em relevo ou em três dimensões.

 Pinturas: obras de arte realizadas em quadros, painéis ou outras composições planas, tendo a cor como elemento básico, com a finalidade de representar figuras ou formas abstratas.
Existem outros bens móveis fixos (exceto pintura ou escultura) ou os não-fixos, como jóias, objetos de porcelana, lustres, mobiliário, livros raros, etc.

b) Sítios: são áreas consideradas como testemunho cultural do homem ao longo de sua história, pela homogeneidade e interesse especialmente artístico, histórico, científico e lendário, desde que permitam a visitação pública.

 Históricos: são áreas que, por motivos históricos e/ou artísticos, representam importantes testemunhos para a cultura nacional, regional ou local.

 Científicos: são áreas que, por motivos científicos, representam importantes testemunhos da atividade humana, prestando-se para pesquisas arqueológicas e/ou paleontológicas.

c) Instituições culturais de estudo, pesquisa e lazer: são as instituições que, de forma permanente, atuam conservando e apresentando coleções de objetos de cunho cultural e/ou científico de qualquer área do conhecimento ou atividade humana, com a finalidade de estudo, educação e satisfação, que possibilitou a visitação pública, como por exemplo os museus. Dependendo do caráter do seu acesso, podem ser históricos, científicos, artísticos ou tecnológicos. Englobam:

 Bibliotecas
 Arquivos
 Institutos históricos e culturais

3 Manifestações e usos tradicionais e populares
São todas as práticas culturais que são tidas como específicas do próprio local ou da região, ou ainda idênticas em nível nacional como: atividades cotidianas e festivas de cunho sagrado ou profano, de caráter popular e folclórico, consideradas objeto de apreciação e/ou participação turística.

a) Festas, comemorações e atividades: são as manifestações tradicionais e/ou populares, que ocorrem em datas fixas ou móveis, caracterizadas por atos e/ou comemorações religiosas, populares, folclóricas ou cívicas.

 Religiosas: são as cerimônias em datas litúrgicas, homenagens a santos, novenas, trezenas, ladainhas, missas, romarias, procissões, jubileus e outros. Incluem também as cerimônias de outros cultos, cristãos ou não.

 Populares e folclóricas: incluem as apresentações de música e dança, de autos, peças e encenações, literatura (cordel e outros), e crenças e crendices (mitos e lendas). Exemplos: capoeira, carimbó, boi-bumbá, marujada, maracatu, maculelê, rodeios, folia-de-reis, mamulengo, samba-de-roda, etc.

 Cívicas: são as cerimônias oficiais, como feriados nos âmbitos nacional, estadual e municipal, as trocas de guarda e hasteamento de bandeira. Exemplos: paradas e desfiles militares.

b) Gastronomia: é o conjunto de comidas e bebidas típicas e/ou tradicionais da região, que se caracterizem por suas formas peculiares e/ou exóticas de produção, apresentação ou degustação.

c) Artesanato: são objetos produzidos manualmente ou com máquinas rudimentares, em pequena escala, por artistas populares de uma localidade. As técnicas variam de acordo com a região e com a matéria-prima utilizada, sendo as mais comuns:
cerâmica, cestaria, madeira, tecelagem, bordados, metal, pedras, rendas, couro, plumaria e, mais recentemente, a reciclagem de lixo.

d) Feiras e mercados: são os locais de compra e venda de produtos tradicionais da região, que podem estar instalados em locais fechados ou ao ar livre, funcionando com freqüência diária ou semanal. Exemplos: Mercado Modelo (Salvador), Feira de Caruaru (Pernambuco) e Mercado do Ver-o-Peso (Belém).

4 Realizações Técnicas e Científicas
São obras e complexos científicos e/ou tecnológicos próprios para a exploração nas áreas de mineração, agricultura, pecuária ou da indústria e outras instalações que, por suas características de elaboração técnica, estimulam o seu aproveitamento como recurso de atração turística, permitindo, pois, a visitação pública.

a) Exploração agrícola e/ou pastoril: áreas rurais, como fazendas, sítios ou chácaras, públicas ou privadas, onde sejam desenvolvidas atividades e pesquisas agrícolas e/ou pastoris com técnicas ou métodos que despertem interesse e condições para a visitação turística. Podem ser:

 Fazendas-modelo: áreas de exploração agropecuária, normalmente privadas, que empregam as técnicas mais modernas do setor e que sejam passíveis de visitação pública.
 Estações experimentais: são áreas públicas nas quais o governo investe em pesquisas agropecuárias visando a melhoria da produção e que possam ser visitadas pelos turistas.

b) Centros científicos e técnicos: são instituições, públicas ou privadas, cuja finalidade principal é o desenvolvimento de atividades de pesquisa e estudos técnicos e científicos, e que permitam a visitação pública.

 Zoológicos/Aquários/Viveiros: instituições destinadas à conservação e criação de animais e que permitam a visitação pública.

 Jardins botânicos e hortos: instituições destinadas à conservação e multiplicação de espécimes vegetais, visando sua preservação e a visitação pública.

 Planetários: são anfiteatros dotados de equipamentos que permitem visualizações e simulações da situação e do movimento do sistema solar.
{ ... EM CONSTRUÇÃO ... }

O Ecoturismo enquanto atividade conceitual

Para compreendermos o trabalho do profissional que assume a responsabilidade pela condução e guiamento ecoturístico - aquele que dirige e acompanha os visitantes pelos caminhos que os levam a interpretarem e a revelarem os patrimônios históricos, culturais e naturais de uma região - é indispensavel antes alcançarmos com inteligencia a base conceitual das atividades ditas ecoturistica, e como elas se materializam pela interação e experienciação sustentável do ambiente.


Entre diversas definições para o Ecoturismo, a conceituação estabelecida pela Política Nacional de Ecoturismo esclarece tratar-se de “um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural e incentiva sua conservação, buscando a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações” (EMBRATUR, 1994).

Ou seja, a realização de qualquer ação pratica dita "ecoturística" deve antes pressupor o uso sustentável dos atrativos turísticos - que podem alcançar os atrativos do patrimônio ambiental, histórico e cultural - estimulando e despertando o ecoturista para a necessidade vital da conservação destes, através de técnicas de interpretação do ambiente visitado, sendo as comunidades receptoras (populações locais) os principais personagens e os beneficiários diretos resultantes das atividades ecoturísticas.


APRESENTAÇÃO

Seus procedimentos devem estar fundamentados nos conceitos e práticas da interpretação ambiental e no conhecimento prévio do local, garantindo, desta forma, a qualidade da visita. O condutor de ecoturismo deve ter participação direta e continua na formatação e aprimoramento dos produtos e roteiros ecoturísticos desenvolvidos na sua região.